quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Não se sabe de mim há dias




Há dias não sou mais aquela que fui por muito tempo;

Há dias me procuro pelos cantos, por debaixo dos móveis, por sob as pedras, mas não estou lá!

Já tentei nas estrelas, mas elas se recusam a responder.

Já gritei ao vento, mas ele teima em fazer-se de surdo.

Eu admito!

Não sei mais onde ir!

E te peço...

Se me encontrares, por favor: Avise!

(Vanessa - 05/12/2007, 01h29min)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007



Eu
.
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
.
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre imcompreendida!...
.
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou que chora sem saber por quê...
.
Sou talvez a visão de alguém que somhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
.
- Florbela Espanca -

domingo, 19 de agosto de 2007











-Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência, essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim.-


(Drummond)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007




"O pássaro é livre, na prisão do ar.



O espírito é livre na prisão do corpo.



Mas livre, bem livre, é mesmo estar morto.



(LIBERDADE - Carlos Drummond de Andrade)