"É preciso mais que olhos pra se ver a vida
essa coisa grande estrada tão comprida
onde a gente põe os pés pra caminhar"
(Olhos)
Com que olhos olhar a vida?
Que vida é essa que os olhos olham?
Mais além, que mundo é esse que comporta as vidas e os olhares? Que exigências são criadas na tentativa de moldar vidas, corpos e olhares?
Olho vidas e penso que deprimente falta de ousadia (ou seria medo mesmo?) faz as pessoas renunciarem as exigências do mundo e criarem suas próprias exigências, ou falta de exigências?
Outras vezes, que se fazem num mesmo instante, suspiro de admiração pelo excesso de coragem que há em corpos que dizem ao mundo que foda-se com suas normas, rótulos e currículos... e criam suas próprias exigências!
Depois disso fico dias ruminando essa idéia de pensar sobre o mundo, de pensar sobres os corpos no mundo. Mesmo não querendo fico matutando que idéia é a certa? Que idéia está errada?
Insanidade total... Mundo cruel que nos faz sempre pensar dentro das formas do certo e do errado. Quando meu corpo vai aprender que pensar a partir do certo e do errado não me trará respostas?
Cada corpo é um corpo, movimentando-se a partir do lugar que ocupa e chega dessa bobagem de pensar uma forma de colocar todos eles no mesmo lugar...
Vanessa Farenzena
01.08.2010
(Monólogo pelas ruas de Porto Alegre
num domingo frio e ensolarado)
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